sábado, 22 de setembro de 2007

AFRODISÍACOS

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Afrodisíacos

Descrente da vida e do seu significado, e não sabendo, certamente, por minha culpa, porque entrei neste mundo desconhecido e pateta, resolvi escrever este livro para aqueles que desejam saborear todos os prazeres da terra onde aportaram, mesmo não fazendo a mínima ideia de onde saíram.
Tenho a certeza que, neste momento, nem os mais hipócritas dos puritanos, ficarão escandalizados com aquilo que aqui digo e descrevo. A liberdade abriu as portas da libertinagem e do conhecimento. Claro que só privilegiamos o último. Nós somos do mais puro e do mais casto que existe. É sempre assim, que cada um se vê a si próprio; eu não sou excepção.
Mas loucos são os que desperdiçam o saber e a essência, de quem não soube fazer outra coisa senão amar.

O PRIMEIRO AFRODISÍACO

O primeiro afrodisíaco que o ser humano mordeu fê-lo perder o Paraíso. Não gastou tempo com lamentações. Olhou o saboroso fruto, começou a pelá-lo deliciado. Em cada dentada verificou que o seu paladar era cada vez mais agradável e estimulante.
Que coisa mais deliciosa que ter uma mulher nos braços, saboreá-la de alto a baixo e sentir-lhe toda a excitação; o tremer do corpo, o arfar sussurrante dos seus incontidos e secretos desejos.
Delicie-se com o sugar dos lábios, as orelhas, o pescoço, os seios, os dedos, o sexo, as pernas, os dedos dos pés…ui. A mulher entra no céu e tem prazeres que só os deuses experimentam.
A mulher é um hino ao amor, à felicidade, ao entorpecimento, à magia, ao esquecimento das convenções e das conveniências. A mulher é o supremo afrodisíaco.
Contava-me um amigo, que possuía um pequeno rés-do-chão, na praia do Furadouro, Ovar. Tinha 56 ou 57 anos. Num dia de Sol e vento estava ele no prazer dos prazeres, naquela loucura em que o céu e a terra se unem e os lençóis se rasgam. De repente ouviu o marido e a filha da sua Afrodite, chamarem por ela. A ninfa, com a passarinha latejante e húmida, agarrou-o com mais força, mordeu-o, indiferente ao perigo. Na janela do himeneu soaram pancadas e chamamentos. Eles, alheios à tormenta, continuaram a sorver o néctar. Aquele momento é único. Nem terramotos ou vulcões o conseguem perturbar. Em Pompeia foram encontrados vários casais, indiferentes à lava que os cobriu e petrificou, de sexos fortemente abraçados e bem penetrados.
O amor fica indiferente ao que acontece e excede todas as calamidades.
Neste mundo, ninguém é de ninguém, desde que a permissiva democracia e o desejo sexual desceram à terra.
Mesmo a mulher mais livre, raramente, se descontrai totalmente. Ensine-a, insista, repita, não durma depois do sexo, acarinhe a mulher até ela desarmar, mas depois tem de ter ritmo e pedalada para a acompanhar. A mulher aprende rapidamente, é muito curiosa e sensível. Está sempre a encontrar novas campainhas que abrem as portas do céu.
Quando a mulher descobre que o seu prazer é o próprio prazer do homem, a partir desse momento ouve os espíritos do amor.
Aqueles que praticam o sexo por impulso, mesmo esses fazem-no por amor, ou seja, por falta de amor. Por não terem ninguém a quem entregar o seu afecto e vão “amar” alguém que lhes abranda a impetuosidade.
A força do amor é um excitante. Sem amor não há estímulo ou desejo sexual a partir dos setenta anos. Se existe amor o homem vibra até bem perto dos noventa e dois, noventa e três.
Hugh Hefner, o dono da Playboy, aos 80 anos, continua indeciso se é sensato ou não ter mais um filho.
Charlie Chaplin teve filhos na provecta idade.
Rupert Murdoch teve uma filha aos setenta e dois anos. Basta que as mulheres estejam na idade fértil para que isso aconteça sempre que os homens desejem e elas concordem.
Ainda há pouco tempo, o Diário de Notícias trazia uma reportagem com um pescador, Luís da Silva Mendonça, que, com noventa e cinco anos, ainda tem uma namorada para satisfazer os anseios.
A ideia de que o homem deixa de ter potência a partir dos setenta é um pensamento errado.

Afrodisíacos 3-4

A FORÇA DO AMOR E OS DESVIOS

O sexo é a coluna vertebral do amor. Sem sexo, o amor perde-se ou torna-se vazio. Para manter uma união onde, o primeiro não desempenhe o seu papel com um mínimo de aceitabilidade, o que acontece é que as mulheres ao praticarem o sexo com o seu parceiro habitual juntam-lhe fantasias amorosas com outros homens. Só assim a sua estabilidade emocional não fica afectada.
Casos há em que os casais aceitam trocar as companhias tal como emprestam um casaco por umas horas. Mas apontam mais longe. “Empresta-me aí a tua mulher, ou o teu marido, para dar uma volta”.
Isto hoje é quase normal. Estamos a voltar à primitiva.
Um amigo meu que foi a uma feira de moedas na Suíça, encontrou uma bela holandesa no comboio. Conversa, puxa conversa e como ela lhe disse que tinha de mudar na estação seguinte e aí esperar, quase duas horas por outra ligação ferroviária, imediatamente ele tenta a sua sorte e diz-lhe:
- Eu vou precisamente para aí, você podia ajudar-me a escolher o hotel. Assim foi. O resultado é o que está a imaginar. Quando a bela holandesa, de olhos brilhantes e feliz da vida, lhe diz:
- Tu podias ir passar uns dias lá a casa.
Concordou de imediato, tirou morada e número de telefone, com uma excitação que tentava disfarçar. Quando estava quase a entrar para o comboio em direcção à Holanda. A jovem e bela mulher, de olhos brilhantes e cobiçosos diz-lhe:
- Tu não sabes como o meu marido vai ficar feliz quando lhe contar o que me aconteceu e dizer-lhe que tu nos vais visitar na próxima semana.
O deslumbrado ia morrendo de susto. Felizmente que ela não se apercebeu da sua mudança de cor. Só de pensar que o marido estaria por perto enquanto a mulher dava largas à excitação, perdeu toda a voluptuosidade com receio de pagar muito caro o atrevimento.
O homem que deseja amar e não consegue, por insegurança, falta de jeito, ansiedade, torna-se violento, desagradável, vingativo, cínico e capaz das piores vilezas.
Estude-se Nero, Napoleão, Hitler; todos fracos amantes. A maneira de se afirmarem foi silenciarem os falhanços amorosos, ao dirigir o pensamento para outras motivações que os mantiveram permanentemente ocupados, mesmo que para isso tivessem de semear o mundo de horrores. Nestes casos pode ter funcionado a inibição da mulher ou do homem. A mulher sempre que faz amor tem de estar completamente descontraída. Tem de sexualizar o afecto. Tem quase de o tornar selvagem ou doce como se de uma gueixa, industriada nos segredos do amor se tratasse. Os homens devem moderar os seus ímpetos ao nunca esquecerem o afecto. É importante que a mulher sinta o carinho e o prazer com que é possuída.
Como as pulsões são diárias, acontece que ao muito bom se mistura a loucura. Os povos ficam sujeitos à instabilidade e à irracionalidade dos dirigentes.
Nada disto aconteceria se os governantes tivessem um bom sexólogo como conselheiro. Ele, ou lhes abrandava os impulsos que saem impetuosos, ao mínimo toque numa mulher, ou então fornecer-lhes-ia o conselho e o afrodisíaco mais apropriado para as desventuras e molenguices de um sexo sem a devida reacção.
Santo Agostinho, como bom amante que era, sabia fazer rezar o corpo.
O santo, enquanto novo, experimentou fartamente os prazeres da carne. O seu lema era “Que outra coisa se pode amar senão o que é belo?”
Não podemos esquecer que santo Agostinho nasceu na Tunísia onde viveu de 354 a 430.
As tâmaras do norte de África são consideradas agradáveis afrodisíacos. Quem sabe se não foram elas as estimulantes do seu invulgar pensamento filosófico e teológico e das suas viris capacidades?
Santo Agostinho declara que antes dos êxtases divinos teve os êxtases femininos, que o alegravam e inspiravam. Logo que o tempo lhe abrandou os ímpetos libidinosos e se virou para os celestiais contentamentos, lamentava a “autocracia independente do pénis que agia contra a vontade pessoal daquele a quem pertencia”.
Esta santa confissão sintetiza bem, como o sexo é um déspota difícil de travar os seus apetites e capciosas tentações.
Por vezes, a excitação permanente, descamba na parafilia que é uma excitação anormal do comportamento sexual.
Jane Fonda, com esta necessidade de encontrar a resposta para o “eu”, para o que somos, o que valemos, porque procedemos assim, veio declarar que, ela e o marido, o realizador francês, Roger Vadim necessitavam de fantasias sexuais para se manterem juntos. A tal parafilia que denuncia os transtornos da sexualidade; ele, pelas fantasias, ela pelo medo de o perder.
Roger Vadim era um sequioso do amor para nele, subliminarmente, apalpar a vida, dar-lhe uma explicação. Escolheu sempre mulheres bonitas, apetitosas, descomplexadas para casar ou para viver. Com a primeira, Brigitte Bardot faz o filme “Et Dieu créa la femme” e com as outras; Annette Stroyberg, Catherine Deneuve, Jane Fonda, Marie-Christine Barrault fez filhos, filmes e continuou as interrogações para explicar as descobertas, o que nunca conseguiu totalmente porque o deus desconhecido que para aqui nos atirou, não permite explicações racionais.
Na parafilia inclui-se a pedofilia que é um desvio sexual que fixa o gosto por crianças; rapazes e raparigas.
Muitos dos pedófilos sofrem de doenças com sinais narcisistas interessando-se muito por eles e pouco pelos outros. A vaidade e o egocentrismo são duas das suas características.
Muitos pedófilos são-no por impulso sexual. Não têm maneira de descarregar a sua excitação e atacam os mais frágeis. Acontece isso com militares deslocados para ajudar populações em perigo. Eles acabam por se envolver com jovens de 8, 10 anos como aconteceu na Libéria onde a organização humanitária Save the Children denunciou funcionários de várias organizações humanitárias e capacetes azuis de violarem e se servirem de crianças que só pretendiam comida ou bens de sobrevivência.
O caso dos padres violadores dos Estados Unidos é outra prova mais evidente que ao sexo ninguém resiste. A Igreja católica já pagou milhões de dólares para salvar os seus “santos” da cadeia. O instinto animal é mais feroz do que a parte humanitária.
Quem não se lembra da professora americana Mary Kay Letourneau, de 33 anos, que foi apanhada a fazer sexo com um seu aluno de 12 anos. Foi condenada a 7 anos de prisão. Numa precária foi de novo apanhada a fazer sexo e desta vez teve de cumprir toda a pena. Ela sabia a que estava sujeita e não resistiu. Em Portugal lembra-me de um jovem, internado num colégio em Mangualde, com quem a professora, dentro da sala de aula e nas carteiras de trás ela abria-lhe a braguilha e deliciava-se a mexer-lhe no sexo, tinha ele 11 anos. À noite, na sala de estudo, ela mandava os outros alunos embora, mal acabava o estudo. Ele ficava. Ela beijava-o na boca intensamente, mexia-lhe no sexo, beijava-lhe o sexo. As luzes no colégio fechavam e o felizardo ia para o seu quarto. Naqueles longos corredores, às escuras, ele só via estrelas, o caminho parecia iluminado, nunca teve sonhos tão coloridos e tão bonitos. Esta violação nunca divulgada fez dele um bom amante de variadíssimas mulheres.
O abuso sexual de uma mulher sobre um rapaz não me parece ser muito frustrante para este. A mulher é sempre muito suave. Os danos não são graves. Podem espevitar a libido mais cedo do que o normal e levar a que os sonhos e as ejaculações nocturnas sejam mais frequentes.
O sofrimento do sexo torna-se insuportável. O homem atinge o paroxismo e entra no abismo e na baixeza sem conseguir travar a queda, a menos que uma distracção forte o venha desviar daquele pensamento obsessivo e imparável.
Na parafilia inserem-se outras perversões sexuais: o sadismo que desenvolve uma agressividade incontrolada para fazer sofrer o parceiro ou parceira para conseguir a sua própria excitação sexual.
O exibicionista também sofre de parafilia. Ele tem necessidade de mostrar os órgãos sexuais para provar que não é castrado. Muitas vezes faz isso porque as suas relações com mulheres foram frustrantes. Ele não tem a certeza da sua masculinidade.
Outros casos de parafilia são o fetichismo com a crença que certos objectos possuem um poder que lhes concederá a potência ou o gozo em qualquer outra necessidade sexual imaginada.
O frotteurismo é o esfregar os órgãos sexuais contra uma pessoa completamente vestida. Este desejo, às vezes, é tão evidente e incómodo, que dois democráticos países do mundo se viram obrigados a uma separação de sexos no metropolitano.
O masoquismo é outro aspecto da parafilia ou perversão sexual onde o sujeito só sente prazer sexual se insultar, humilhar, magoar quem estiver para suportar esta tara.
O voyeurismo é a curiosidade daqueles que gostam de espreitar as cenas eróticas para com elas se excitarem e tirarem prazer sexual com a vista.
As fantasias sexuais são ilimitadas e servem para em momentos de desespero, de grande stress ou de muita excitação, o ser humano se tornar um animal sem limites. Vai a todas. Experimenta todas as loucuras sem qualquer repulsa. Nem o swing, com a troca de casais, o trampling com umas pisadelas bem marcadas no corpo ou o shibari, onde o corpo é amarrado com várias cordas, tudo serve para excitar a mente e carregar o sexo.
Paris é apontada como mãe de todas as libertinagens. Há mesmo quem admita que tudo começou com Maria Antonieta, que no auge do paroxismo masoquista gritou, sem mostrar qualquer receio, mas sequiosa que tudo acabasse mais rápido: “cortem a cabeça, cortem!”

A FALTA DE CONFIANÇA

Uma das causas mais frequentes de falta de confiança no sexo é a chamada ejaculação precoce. Quando o pénis se aproxima da vagina a explosão é imediata e a introdução, ou não se concretiza ou fica-se no átrio da vulva. Isso torna o homem muito inseguro e a mulher muito insatisfeita.
Para que isso não aconteça, o homem tem de estar totalmente relaxado. Quando sabe que vai participar na dança do amor, se sabe que se excita rapidamente, aquilo que tem a fazer é não pensar no assunto enquanto a mulher se prepara, toma banho e se demora um pouco mais.
Nunca se enerve ou aborreça, isso vai complicar ainda mais a sua excitação. O melhor mesmo é treinar, repetir e logo que esteja totalmente à vontade verá que a relação sairá perfeita. Nem se importe dos primeiros falhanços. A mulher compreende isso. Compense-a logo que domine esse cavalo selvagem que espirra ao mais pequeno incitamento.
Claro que há substâncias naturais que dão uma ajuda para evitar que isto aconteça, mas as primeiras regras a adoptar e que aflorei no livro “Saúde e Dinheiro, o Caminho para a Felicidade” são muito simples. Nada de nervosismos, tanto para o homem como para a mulher. É natural que haja uma forte excitação, mas na mente coloca a palavra calma, tem calma, não te excites. Tem calma. Depois tenta pensar na mulher como se ela fosse uma deusa de veludo e sobre a qual passa as mãos naturalmente. Volta a pensar, calma. Deixa que a mulher o acaricie. Se ela coloca as mãos no local dos excitamentos e isso lhe causa problemas retire-lhe a mão com serenidade, coloque-lha nos quadris. A mulher compreende.
Aquilo que ainda hoje consideramos de luxúria, com significado de devassidão, não passava para os romanos de luxo (luxuria, ae,). Ou seja, de bom gosto, de ciência do amor, da cultura sensual no máximo do seu êxtase.
Entre um homem e uma mulher não há proibições, inibições ou tabus.
No amor tudo se aproveita. O corpo da mulher e do homem são duas nuvens. Os poros engolem-se uns aos outros e continuam insatisfeitos; refazem-se e voltam a absorver-se.
O pensamento é o grande mestre. Mas o pensamento domina-se, educa-se. É ele que comanda tudo. O pensamento é o mordomo atento, servil, obediente. Só precisa um pouco de paciência para ser ensinado.
O sexo só falha quando a doença ataca: a aterosclerose, diabetes, hipertensão, esclerose múltipla, depressão, mas mesmo nestes casos tudo se pode resolver com uns pequenos inibidores: o Tadalafil, o vardenafil, o sildenafil, o conhecidíssimo Viagra.
Mas o amor é o afrodisíaco por excelência. A imaginação consegue tirar do corpo acordes nunca imaginados. Mozart, Shubert, Bach, Wagner, Camões ou Florbela Espanca nunca teriam alcançado a genialidade das suas composições se não tivessem elevado as cordas do amor até ao limite do ilimitado. Amando até o sofrimento, do qual tiravam melodias inesquecíveis.
Leia-se Aurora Dudevant, a célebre George Sand, insaciável devoradora de homens e escritora de mérito. O amor, em cada homem, era o seu afrodisíaco. Quando o efeito acabava procurava outro, e outro e mais outro. Chopin foi um dos seus bálsamos. Ela tinha de sentir alguém que a fizesse vibrar, de a transportar ao clímax de todos os desejos. Nunca se importou com os remoques dos amigos, nem com os do vulgo ou com os escândalos que provocava. O seu afrodisíaco, o amor, deixava-a indiferente. O escândalo estava na cabeça dos outros.
Releia-se Florbela. No êxtase do amor desprende-se do mundo. O seu afrodisíaco estava mais além, “rei d’Aquém e d’Além dor...”
No século passado, um rei poderoso troca o seu trono de oiro, poder e veludo, pelo trono do amor, da luxúria e do pecado. Trocou-o pelo império dos sentidos que tem o sabor das melhores delícias celestiais e é tão poderoso que subverte todos os contratos e aniquila todos os fingimentos.
O sexo é o rei. Foi a ele que Eduardo VIII, rei do Reino Unido, não hesitou em trocar poder, fama e muita riqueza por uma mulher muitas vezes experiente nos segredos do amor. Wallis Simpson, americana, divorciada já duas vezes e corrida, muitas mais, nos braços de um e outro. Foi o afrodisíaco que o todo-poderoso Eduardo VIII saboreou e que nunca mais quis outra coisa apesar das ameaças e humilhações que iria sofrer. O seu sobrinho - neto Carlos troca o amor de uma mulher jovem, elegante e muito bela por uma mulher vulgar e sem atractivos exteriores. Mas Camilla Parker-Bowles tem a sabedoria do amor. As suas partes de divertimento são as mais doces. Os seus frutos, os mais apetecidos por aqueles que procuram o céu do prazer. Eles potenciam, ao máximo, o seu esplendor. Carlos cega. É uma mulher que lhe faz tremer o corpo, que o faz enlouquecer e que subverte todos os preconceitos.
Moshe Katsav, Presidente de Israel, também não resiste aos diabos de saias e acaba por se demitir do cargo em 29 de Junho de 2007. Os seus pares não lhe perdoam as divagações, mesmo como terapia para lhe fazer esquecer as preocupações que os árabes lhe causam.
Moshe Katsav, embora clame da injustiça, acaba por pagar algumas indemnizações para ver se toma emenda e não se torna a meter com as belas israelitas que não estão para lhe aparar as investidas.
Já Ruud Lubbers teve de se demitir de alto-comissário da ONU para os refugiados devido aos incontrolados impulsos. Ruud que tinha já sido Primeiro-Ministro holandês pensou que podia usar da mesma liberalidade que as bem torneadas holandesas lhe proporcionavam. Erro. Perdeu o lugar.
Sigmund Freud, 1856-1939, explica estas perversões como forças inconscientes. Mas o poeta José Duro, 1876-1899, no seu livro “Fel” tem um soneto interessante que exprime bem as contradições que borbulham nos desejos do homem que procura satisfazer-se. Nunca o conseguindo, encharca-se de lascívia e assim esquece as suas fraquezas e as transforma em novos sonhos.
“O que eu quero é olhar e ver o que apeteço,
Depois d’apetecer desejo possuir.
E tendo o que desejo logo me aborreço
E aborrecendo tudo, vivo de sentir.

O meu prazer é bruto, em mim só há desejos...
O que amo na Mulher não é imaculado...
Eu só lhe quero a forma e, quando saciado,
Desprezo-me a mim mesmo, enojam-me os seus beijos... 9/10